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domingo, 9 de janeiro de 2011

Pra alimentar a dor. Por isso que choro o tempo todo com as coisas que eu crio. Para que a dor não se alimente de mim. Da minha carne. Do meu amor. Por isso eu me tranco e eu bebo, eu bebo, eu bebo... Por isso eu fecho meus olhos e fico lá na escuridão contemplando o nada, pensando em um nada de verdade que nunca virá. Pra alimentar a saudade, pra alimentar o sofrimento, a pena. Pra alimentar as partes de mim que se tornaram parasitas, pra alimentar o coração que bombeia veneno e me mata, mata, mata... Estou sempre presa ao interior, sempre ultimamente. Presa aos pensamentos e ao pensar no não-pensar. Presa em um chorar que virou miado, virou ruído e acho que nem choro mais.

3 comentários:

  1. Natália, seus textos sempre tão fabulosos transbordam intensidade inspiradora. Lindo, denso, incrível sempre.
    Abraço.

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  2. "Para que a dor não se alimente de mim. Da minha carne. Do meu amor."

    É fantástico, real, intenso .. É perfeito!

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